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Livro: Histórias do Ribeirão da Onça

Material pedagógico sobre a bacia hidrográfica do ribeirão da Onça. O livro aborda múltiplos conhecimentos, em relação com as histórias das águas, e a partir dos contextos situados das bacias hidrográficas dos Córregos Capão, Tamboril e baixo curso do Ribeirão da Onça.

Este livro, pensado como um álbum de histórias da bacia do Ribeirão da Onça, origina-se  de narrativas escutadas às beiras d'água. Em torno de fotografias de família, imagens de arquivos institucionais, caminhadas pelas águas e pelas matas, exercícios de colagem, receitas de plantio e cuidado, revisitamos memórias do início de alguns bairros da bacia do Onça, compartilhamos saberes e imaginamos desejos coletivos para o presente e o futuro. Nessas páginas, experimentamos formas de narrar os casos escutados e vividos junto às  vizinhanças visitadas, costurando-os com o material coletado em arquivos públicos e repositórios acadêmicos. O levantamento de dados em arquivos históricos foi complementado pela consultoria de Alessandro Borsagli, pesquisador das águas urbanas. 

Percebemos os territórios e suas múltiplas camadas temporais, políticas e culturais como provocadores de processos de aprendizagem: os territórios e seus viventes, humanos e não humanos, são nossos educadores. O desejo de que as escolas da bacia do Onça sejam vivas, abertas às comunidades e integradas às vizinhanças se transporta para este material, inicialmente pensado para educadores e educadoras da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte e Contagem que atuam junto ao Programa Escola Integrada, ao Ensino Fundamental e Médio e ao Ensino de Jovens e Adultos. 

Ao produzir este livro como material pedagógico, buscamos abordar as temáticas das águas com interdisciplinaridade e de maneira aplicada e atualizada pela experiência das pessoas. Diferentemente da maior parte das apresentações do ciclo da água que encontramos em materiais didáticos, abordado de maneira abstrata, buscamos ilustrar e exemplificar as relações com as águas a partir das realidades vividas na bacia do Onça. Para isso, buscamos unir o conhecimento da universidade com conhecimentos populares e tradicionais que cada comunidade carrega. 

O material também apresenta sequências de atividades, elaboradas como oficinas ou imaginadas para o contexto escolar. Não atribuímos cada atividade a áreas específicas do conhecimento, pois se tratam de experiências no mundo vivido, que podem ser adaptadas para as diferentes disciplinas. Cada sequência de atividades pode, ainda, ser usada como projeto temático da escola e incluir diferentes educadoras e educadores, seja no ensino regular ou integral. Esperamos que o livro convoque educadoras, educadores e vizinhanças das mais diversas regiões da bacia a completar este álbum de histórias existentes e por vir.

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Acesse o livro por aqui:

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Encontros

 

O conteúdo do livro foi elaborado a partir de material levantado em uma série de oficinas e reuniões, realizadas no segundo semestre de 2023, junto com as comunidades de três territórios da bacia do Ribeirão da Onça: as microbacias dos córregos Tamboril e Capão e a região do Baixo Onça. Nas margens do Tamboril, grande parte da discussão se deu em torno da Biquinha da Felicidade, que demanda um aprendizado e uma prática contínua de cuidado coletivo. No Baixo Onça, os encontros aconteceram na Horta Comunitária do bairro Novo Aarão Reis, que vem se tornando um local de reunião de forças e afetos e que mostra a potência das práticas da agroecologia nas várzeas do ribeirão. Nas proximidades do Córrego Capão, a comunidade enfrenta um debate com o poder público a respeito das soluções técnicas de manejo das águas de chuva e, junto ao Núcleo Capão, buscamos abordar os conhecimentos e memórias acerca do território a partir dos caminhos das águas.

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Histórias à beira d'água

 

Nas oficinas "Histórias à beira d'água", ouvimos relatos de moradores e moradoras a partir da leitura de fotografias antigas. Em pequenos grupos, cada participante escolheu uma foto e, enquanto narrava a história da imagem, outra pessoa anotava expressões e palavras-chave. O processo se repetiu para todas as pessoas e imagens de cada grupo. Ao final, uma exposição dos cartazes e fotografias foi feita para os demais grupos.

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Lidas de cultivo e cuidado

 

Na oficina  "Lidas de cultivo e cuidado" na horta comunitária do Novo Aarão Reis, moradoras da vizinhança da cachoeira do ribeirão da Onça trouxeram plantas de seus quintais. Após sentir cheiros e texturas e compartilhar histórias vegetais, cada uma escolheu uma planta para desenhar. A partir daí, fizemos incensos com as plantas aromáticas. O encontro teve apoio do Instituto Mulheres Amadas (IMA).

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Já no bairro Jardim Felicidade, nos encontramos no Calçadão da Biquinha, um espaço público à beira do córrego Tamboril que ao longo dos anos vem sendo construído pela vizinhança e parceiras. Por lá realizamos um mutirão de limpeza e plantio e imaginamos possibilidades de articulação para a continuidade das ações de cuidado do espaço. Algumas fotos da história da biquinha e dos variados usos que coexistem ali foram importantes disparadores de propostas.

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Caminhadas

 

As caminhadas são oportunidades para exercitar a atenção, observar o relevo e despertar os sentidos. Na bacia do Capão, no bairro Lagoa, criamos um circuito de placas em parceria com o Núcleo Capão, de forma a orientar uma caminhada por esse território. O Circuito das Águas do Capão inclui cinco placas em pontos estratégicos que acumulam ou dispersam água. Essas sinalizações apresentam mapas, fotos antigas e atuais de uma lagoa, jardins, áreas de voçoroca e um local às margens do córrego onde se luta para a consolidação de um parque.

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Pelas margens do córrego Tamboril, caminhamos com um mapa da bacia, monóculos com fotos antigas e atuais de locais de referência e alguns cartazes lambe-lambe para sinalizar o trajeto realizado. Observamos a qualidade da água e notamos os pequenos jardins, espaços de cuidado comum. O córrego Catulo da Paixão Cearense surpreendeu pela limpeza após a interceptação dos esgotos. Nos encontramos com piabas e com a lembrança dos muitos peixes de outros tempos. 

 

Outro assunto constante foi a quantidade de lixo e entulho descarregado ao longo do córrego e a relação com os carroceiros que também habitam as margens. Na Biquinha da Felicidade, no fundo da EM Jardim Felicidade, vimos a lavagem de um carro, um carroceiro passando, as hortas sendo regadas. 

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Placas

Como síntese dos encontros, produzimos uma placa no Calçadão da Biquinha e outra na Horta Comunitária do Novo Aarão Reis para relembrar os caminhos já percorridos pela comunidade e para impulsionar o cuidado coletivo desses espaços. As placas apresentam uma montagem digital feita com fotos de paisagem do rio, fotos antigas e atuais, além de ilustrações.

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